Por Redação do Greenpeace
Além de discutir sobre a crise financeira, o Brasil e os Estados Unidos devem liderar o esforço mundial de ações de combate ao aquecimento global.
Os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Barack Obama se reuniram neste sábado em Washington, capital americana, para discutir a crise financeira global e a cooperação energética entre os dois países. Para chamar a atenção dos dois chefes de estado para a urgência da crise climática, o Greenpeace abriu uma faixa com a mensagem “Salve a Amazônia, Salve o Clima” em frente ao hotel em que o Lula estava hospedado e entregou uma carta na Embaixada do Brasil ao Conselheiro para Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Everton Frask Lucero, para ser encaminhada ao presidente.
Acesse o http://www.greenpeace.org/brasil/documentos/clima/carta-aberta-para-os-president-2 para ler a carta (texto em português, arquivo .pdf para baixar).
Confira no http://www.greenpeace.org/brasil/greenpeace-brasil-clima/noticias/obama-e-lula-se-re-nem-para-di anúncio que o Greenpeace publicou em alguns dos maiores jornais brasileiros, referente à reunião entre os presidentes Barack Obama e Luiz Inácio Lula da Silva.
"Além da crise financeira, o mundo precisa enfrentar a crise climática. O tempo para agir é curto e está passando mais rápido do que se imagina", disse Marcelo Marquesini, da campanha da Amazônia, que está em Washington para participar da atividade.
"Os governos não hesitaram para salvar os bancos. Esta mesma resolução e resposta rápida devem pontuar a tomada de decisões para combater as mudanças climáticas. Os Estados Unidos e o Brasil precisam trabalhar juntos para zerar o desmatamento da Amazônia e promover uma revolução energética, substituindo combustíveis fosseis e a energia nuclear por energias renováveis."
Além de figurarem entre as dez maiores economias do mundo, Brasil e Estados Unidos estão também entre os maiores responsáveis pelo aquecimento global. O Brasil é o quarto maior emissor de gases do efeito estufa, principalmente por causa do desmatamento na Amazônia; os Estados Unidos ocupam a vice-liderança dos que mais poluem devido às suas emissões industriais e do setor de energia.
Ambos os países têm responsabilidade compartilhada em evitar a catástrofe climática e oportunidade conjunta de criar uma nova economia global, mais dinâmica e mais sustentável. Para isso, Brasil e Estados Unidos devem trabalhar juntos para zerar o desmatamento em todas as florestas tropicais do planeta e aprovar a utilização maciça de programas de apoio ao desenvolvimento e uso de fontes de energias limpas e renováveis, ao mesmo tempo em que gera emprego e renda.
"O Brasil já assumiu metas para zerar o desmatamento da Amazônia e agora precisa cumprir esse acordo. Além disso, o país deve garantir que a proteção do meio ambiente orientará todas as demais ações de governo. Já o presidente Obama precisa transformar seu discurso de revolução ecológica em oportunidade", diz Marquesini.
A cooperação Brasil-Estados Unidos demonstra um enorme potencial de crescimento, já que o Brasil tem uma abundância de recursos naturais como vento, sol e biomassa a serem aproveitados em um novo modelo energético. Unindo-se a esta abundância de recursos o imenso potencial tecnológico americano, além de sua forte presença no centro das grandes decisões mundiais, Brasil e Estados Unidos podem revolucionar o cenário energético mundial, influindo decisivamente na atitude de todos os demais países com relação ao enfrentamento do desafio das mudanças climáticas.
Lula e Obama devem liderar as negociações da Conferência do Clima (COP 15), que reunirá mais de 200 países em dezembro, em Copenhagem (Dinamarca) para definir o acordo internacional que sucederá o Protocolo de Kyoto em 2012. Segundo a carta destinada aos dois presidentes hoje, "a liderança conjunta e consistente do Brasil e dos Estados Unidos este ano pode catalizar uma cooperação global sem precedentes, influindo decisivamente na atitude de todos os demais países com relação ao enfrentamento do desafio das mudanças climáticas".
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