Eles serão incluídos nas metas de redução de desmatamento do plano sobre mudança do clima
O Ministério do Meio Ambiente deverá anunciar nos próximos dias o monitoramento de outros biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, os quais serão incluídos nas metas de redução de desmatamento do Plano Nacional sobre Mudanças do Clima.
A primeira versão do Plano, editado em dezembro do ano passado, só fixa metas de redução de desmatamento para a Amazônia porque o País não dispunha de informações, em séries históricas, sobre a devastação dos outros biomas - Caatinga, Cerrado, Pampa e Mata Atlântica. Com o monitoramento, que passa a ser feito pelo MMA, novas metas para redução de desmatamento também nesses biomas poderão ser incluídas já na primeira revisão do documento, em 2010.
A informação foi divulgada ontem pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em seminário promovido pelo Green Peace, no Rio de Janeiro, para debater o aquecimento global. Na sua exposição, Minc falou sobre as principais iniciativas que estão sendo tomadas pelo MMA para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e mitigar as consequências do aquecimento global, com ênfase à redução do desmatamento.
Entre as principais preocupações do ministério, Minc destacou a geração de energia limpa, que supera as necessidades de desenvolvimento do País com o menor impacto possível sobre o meio ambiente. Ele citou como exemplo a "Carta dos Ventos", documento que resultou da articulação do MMA com dezoito estados da Federação e está sendo finalizado para apresentação à sociedade. Ele contemplará uma série de propostas e iniciativas para aumentar a geração de energia eólica, como a redução de impostos e a diminuição do índice de nacionalização exigido na produção dos equipamentos.
Minc também aproveitou a oportunidade para defender o licenciamento de novas usinas hidrelétricas, especialmente as de alto potencial de geração de energia com baixa necessidade de inundação para a formação de lagos. O ministro criticou a ação de entidades ambientalistas - que taxou de "ecodemagogas" - que são contra qualquer tipo de hidrelétrica sem considerar que, mesmo que o país invista pesadamente em fontes alternativas de energia - como a eólica e a solar - não há como reduzir a produção das poluentes usinas termelétricas que utilizam óleo diesel ou carvão, sem manter os investimentos na sua matriz de energia renovável baseada nas hidrelétricas.
O seminário De Poznan a Copenhagen, foi realizado no navio Artic Survive, do Green Peace, que está ancorado no Pier Mauá, no Porto do Rio de Janeiro, em escala da expedição ambiental batizada de "Salvar o Planeta. É Agora ou Agora". O objetivo, segundo o Green Peace, é angariar apoios para que a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em dezembro na Dinamarca, chegue a uma proposta mais avançada. Entre outras autoridades presentes na solenidade de abertura estavam a secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Suzana Khan, o secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, e o coordenador da Campanha Amazônia do Green Peace, Paulo Adario.
Plano propõe reduzir emissão de 4,8 bilhões de toneladas de carbono na Amazônia até 2017.
O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima é antes de tudo um plano de metas, com ações, projetos e cronogramas que serão cumpridos pelo governo e pelo setor produtivo para que se chegue em 2017 a uma redução expressiva nas emissões de gases estufa.
Elaborado por 17 ministérios com forte participação popular, o documento propõe reduzir o desmatamento da Amazônia em 70% até 2017, evitando a emissão de 4,8 bilhões de toneladas de carbono, mais do que o esforço total previsto em Kyoto. O Ministério do Meio Ambiente defende que sem o apoio significativo de recursos financeiros dos países desenvolvidos é impossível reorientar o desmatamento ilegal para uma economia sustentável e que a responsabilidade pela redução nas emissões seja diferenciada, proporcional e acompanhada de aporte financeiro e tecnológico dos países mais ricos.
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