quinta-feira, 5 de março de 2009

Região de integração do Marajó

[Nelson Tembra] O Pará Anuário 2008 desta semana, da Vale, versa sobre as belezas da Região de Integração do Marajó: Soure, a 'capital' do búfalo; Salvaterra, 'a riqueza é o abacaxi'; Bagre, 'memórias da Cabanagem'; e Cachoeira do Arari, 'o coração do Marajó'.

A Vale esqueceu de mandar dizer que os maiores problemas do Marajó estão na parte oriental do arquipélago. A parte leste, mais desenvolvida, é onde se concentra o maior movimento turístico e os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) são melhores. Na parte oriental, ficam municípios como Portel, que estão entre os de menor IDH do Estado, apresentando uma população de cerca de 50 mil habitantes, com uma densidade demográfica de 1,7 habitantes por km².

Contribui para esse desempenho a alta taxa de analfabetismo que chega aos 40%. A situação atual de toda a região é o resultado do que podemos considerar o completo abandono nos últimos anos. Os políticos, com raríssimas exceções, não se empenharam para lutar por políticas públicas de desenvolvimento para a região.

Os problemas de malária e roubo de gado, devastação de açaizais, pesca predatória, saque de sítios arqueológicos, exploração sexual infanto-juvenil, biopirataria, invasão e grilagem de terras formam o 'rosário' de sofrimentos ao qual está exposto o meio ambiente e moradores, não somente de Portel, mas de toda a região do Marajó.

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