quarta-feira, 18 de março de 2009

Tecnologia brasileira substitui o brometo de metila na agricultura familiar

O Ministério do Meio Ambiente vai distribuir amanhã 78 coletores de energia solar a agricultores familiares de seis associações no município de Gravatá, em Pernambuco. Até abril serão beneficiadas 58 associações dos municípios de Olambra, Atibaia, Via Dutra, Ibiuna, em São Paulo. Para combater pragas do solo no cultivo de flores, eles ainda utilizavam o brometo de metila, componente químico capaz de reduzir a camada de ozônio.

Além de entregar o equipamento, que faz parte do programa de eliminação do brometo de metila, previsto pela Convenção de Montreal, técnicos do ministério vão treinar os agricultores no uso dos coletores. O sistema foi desenvolvido pela pesquisadora Raquel Ghini, da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna, São Paulo. O projeto prevê a distribuição de 823 unidades para concluir a erraicação do uso do composto químico, que ficará restrito às medidas quarentenária e de pré-embarque para alguns produtos destinados ao mercado externo.

Os coletores solares são utilizados pelos agricultores para aquecer o solo e o substrato e assim eliminar as pragas que destroem a cultura. O brometo de metila, tradicionalmente utilizado, além de produzir danos à camada de ôzonio prejudicava também a saúde dos agricultores. Com a eliminação, o Brasil, que desde 2007 não importa mais o produto com fins agrícolas, se antecipa à convenção, que prevê prazo para o banimento da substância para 2015.

Em novembro de 2002, foram aprovados US$ 40 mil para a realização de levantamento detalhado sobre o uso remanescente de brometo no país. O estudo concluído em 2004 apontou as principais regiões usuárias de brometo e os usos mais comuns da substância. De acordo com esses resultados, ainda havia consumo remanescente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul, para os seus usos mais comuns, a desinfecção de solo e substratos no cultivo de flores e plantas ornamentais, controle de formigas e outras pragas.

O Programa Nacional de Eliminação do Brometo de Metila começou em 2006. Inicialmente foram distribuídas 28 caldeiras, beneficiando 200 agricultores de cooperativas de produtores de flores em São Paulo e Pernambuco.

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