quinta-feira, 23 de abril de 2009

No lugar de madeira resíduos de açaí, esta é a nova matéria-prima para os fornos do Amazonas

Por Milton Cezar, da Agência Sebrae

O Sebrae/AM junto com a Prefeitura de Codajás recolherá resíduos de açaí que serão utlizados como matriz energética.

Manaus - O Sebrae no Amazonas articulou junto à Prefeitura de Codajás, a 240 quilômetros de Manaus, o recolhimento de resíduos de açaí (caroço e borra) que serão aplicados como matriz energética no Pólo Oleiro e Ceramista nos municípios de Iranduba e Manacapuru. A ação teve início na quarta-feira (22/04), com o recolhimento de aproximadamente 200 toneladas do produto, segundo informa o gestor do Projeto 'Pólo Oleiro Cerâmico de Iranduba e Manacapuru' pelo Sebrae/AM, Marcus Lima.

“As olarias de Iranduba e Manacapuru costumam utilizar madeira nos fornos, porém os empresários do setor oleiro têm dificuldades em obter madeira legal para este tipo de atividade. Utilizar o resíduo do açaí é uma solução viável tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. Por isso firmamos uma parceria com a prefeitura de Codajás”, disse o diretor-técnico do Sebrae/AM, Maurício Aucar Seffair. Considerado a Terra do Açaí, Codajás é um dos maiores produtores de açaí do Estado do Amazonas. O produto constitui praticamente a base da economia do município.

A operação de recolher os resíduos vai ser feita em conjunto com a Cooperativa Mista de Produtores de Açaí e Frutas Regionais de Codajás (CoopAçaí), a Associação de Moveleiros desse município e a Associação de Ceramistas do Amazonas (Aceram). Os trabalhos foram definidos no dia 4 de abril, quando uma equipe do Sebrae/AM esteve em Codajás para discutir detalhes da operação de recolhimento de resíduos.

Conforme Marcus Lima, o município de Codajás não tem como fazer uma destinação adequada desses resíduos. “O volume de resíduos de açaí e de madeira é muito grande. Portanto, muitos resíduos são jogados no rio ou postos em locais inadequados, prejudicando a água e o solo e, conseqüentemente, todo o meio ambiente”, ressaltou Lima.

Ele informa que, a princípio, os resíduos serão recolhidos para os municípios de Iranduba e Manacapuru, armazenados e, mais adiante, incinerados em fábricas de cerâmicas como matriz energética para fazer as cerâmicas. Para ele, a queima dos resíduos é menos prejudicial ao meio ambiente do que deixá-los a céu aberto.

O gestor também ressaltou a importância da operação de limpeza de resíduos para as pessoas daquele município. “Limpar aqueles resíduos significa não só contribuir com o meio ambiente, mas também garantir que o processo pelo qual passam o açaí e a madeira de Codajás, é um processo de qualidade, sem danos à natureza.”

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