Com o enredo "Dalcídio Jurandir – O Marajó Na Celebração Do Centenário", o Império do Samba Quem São Eles apresentou neste carnaval 2009, homenagem a mais um importante escritor paraense no ano de seu centenário de nascimento, ratificando assim, a tradição desta agremiação carnavalesca em abordar as temáticas regionais em seus enredos.O centenário de Dalcídio Jurandir foi apresentado ao grande público através da ópera popular, justamente no momento em que várias homenagens lhes são prestadas no Brasil e mundo fora, para celebrar o escritor marajoara que através das suas obras, mostrou a Amazônia, precisamente a região do Marajó, pelo fio condutor de um cenário paradisíaco expondo a vida de seu povo sob a ótica da crítica social e econômica, porém "inteiramente centrada nas referências culturais da sua região", como bem frisa o historiador Vicente Salles.
Jornalista e escritor, Dalcídio Jurandir Ramos Pereira, nasceu no município de Ponta de Pedras (PA), no dia 10 de janeiro de 1909. Em 1929, mudou-se para a Vila de Cachoeira, onde provavelmente escreveu a primeira versão do romance "Chove nos campos de Cachoeira". Em Belém, estudou no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e na Escola Estadual Paes de Carvalho, porém não concluiu seus estudos. Autodidata, ao longo de sua existência, colaborou com vários periódicos em Belém, e no Rio de Janeiro. Participou ativamente dó movimento da Aliança Nacional Libertadora. Comunista, foi preso por duas vezes.
Como escritor, Dalcídio Jurandir escreveu as seguintes obras: Chove nos campos de Cachoeira, Marajó, Três casas e um rio, Belém do Grão Pará, Passagem dos Inocentes, Primeira manhã, Ponte do galo, Os habitantes, Chão dos lobos, Ribanceira (Ciclo Extremo Norte) e Linha do parque.
Recebeu dois prêmios importantes - Dom Casmurro, da editora Vecchi pelo romance Chove nos campos de Cachoeira e Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Faleceu em 1979 e nos deixou como legado uma das maiores obras literárias da Amazônia.
Dalcídio Jurandir é sem dúvida, um dos mais importantes escritores dá literatura brasileira, porém sem o reconhecimento que se faz necessário a esse grande mestre das letras e que tem suas obras pouco divulgadas, principalmente aqui no norte do Brasil.
Além das homenagens que continuam sendo prestadas por aqui, agora é a vez da França homenagear Dalcídio nos dias 24, 25 e 27 de Maio durante o colóquio "Amazonies Brésiliennes" na Universidade Paris 10 em Nanterre. O evento é organizado pela professora paraense Daniela Cruz.
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