Até março de 2010 o país terá dados precisos sobre o nível de degradação dos seis biomas brasileiros e saberá o que está acontecendo ao que restou da vegetação nativa em nosso território. O monitoramento por satélite da cobertura florestal, que
era restrito, em nível oficial, à Amazônia e agora foi estendido à Caatinga, ao Cerrado, à Mata Atlântica, aos Pampas e ao Pantanal.
Este é um dos principais projetos em curso na Secretaria de Biodiversidade e Florestas. De acordo com a secretária Maria Cecília Wey de Brito, esta será uma das ferramentas fundamentais para a gestão ambiental do País.
"Além de orientar políticas públicas e tomadas de decisão para cobate ao desmatamento e para conservação da biodiversidade, essas informações permitirão calcular o volume de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e alteração do uso do solo e produzir, com dados mais precisos, o relatório periódico de emissões previsto na Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas", explicou a secretária.
Tendo os biomas como "pano de fundo", Maria Cecília pretende ainda reunir dados e conhecimentos pontuais e localizados, produzidos dentro e fora do governo (por órgãos como IBGE, Ipea, Embrapa, instituições acadêmicas e de pesquisa e organizações não governamentais), e consolidá-los numa "rede de informações para tomadas de decisões" de forma a reduzir o impacto das ações dos governos - especialmente as obras de infra-estrutura - sobre a biodiversidade.
Sob a responsabilidade da diretoria de Conservação da Biodiversidade - que responde pelo monitoramento e a rede de informações - estão ainda os estudos para a formulação do primeiro informe nacional sobre espécies invasoras. Consideradas como outro importante fator de perda de biodiversidade, essas espécies serão catalogadas e classificadas de acordo com seu estágio de evolução. As que mais comprometem a biodiversidade e também a produção agrícola terão monitoramento específico e plano de manejo, que indicará medidas para que elas não se alastrem.
Assim como a produção de alimentos, área em que trabalha com a Embrapa, a SBF desenvolve ações com parceiros de outros setores. Junto com a Fiocruz, por exemplo, está sendo desenvolvido um estudo para estabelecer as relações entre biodiversidade e saúde silvestre. lgumas doenças chegam às cidades devido à expansão urbana que ocasiona a destruição da vegetação nativa. "É o que a gente chama de transversalização do tema biodiversidade. Sua conservação ou sua perda tem implicações nas mais diferentes áreas de interesse da sociedade e, consequentemente, na gestão pública e nas tomadas de decisões",pondera Maria Cecília.
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