Por Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa
O governo federal acaba de tomar decisão importante para a compreensão da estratégia de desenvolvimento que o Brasil adota. Dos grandes jornais diários de circulação nacional, apenas a Folha de S.Paulo registrou a medida. Trata-se da redução do valor que as empresas devem pagar por obras como rodovias e hidrelétricas, a título de compensação por danos ambientais.
O valor estabelecido há quase dez anos era de no mínimo 0,5% sobre o custo total da obra. O Ministério do Meio Ambiente defendia o aumento do piso para 2%, mas, ao contrário das expectativas e da opinião dos ambientalistas, o decreto presidencial noticiado na terça-feira (19/5) pela Folha revela que o Executivo decidiu que 0,5% será o teto máximo da taxa de compensação.
O Estado de S.Paulo ignora o acontecimento, e também não traz outras informações sobre a questão ambiental, porque dedica apenas uma seção fixa, semanal, para o assunto. A edição da terça-feira de O Globo traz o tema meio ambiente no pé do noticiário científico, mas também deixa passar em branco o decreto presidencial.
Trata-se de medida essencial para sinalizar a verdadeira disposição do governo de preservar o patrimônio biológico do país ao mesmo tempo em que procura acelerar o crescimento econômico. E o sinal emitido com esse decreto não é verde.
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