quarta-feira, 27 de maio de 2009

Minc critica desmonte da legislação ambiental no Senado

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fez um apelo ontem aos integrantes da Comissão do Meio Ambiente do Senado, em audiência pública, para que lutem pela rejeição às alterações na MP 452. Para o ministro, as emendas propostas ao artigo 23 apontam para o engessamento da fiscalização e controle do desmatamento abrindo caminho para o aumento da degradação da Amazônia. O dispositivo sugere que somente as entidades responsáveis pelo licenciamento possam realizar a fiscalização ambiental e o embargo de áreas onde essas medidas forem necessárias.

Na prática, como o Ibama não é responsável pelo licenciamento de empreendimentos do agronegócio na Amazônia Legal, ele ficaria impedido de exercer suas funções legais.
Minc combateu, também, a instituição de decurso de prazo nos processos de licenciamento. Ele reafirmou que as duas medidas representam um retrocesso na legislação e podem resultar em um "desastre ambiental".

Minc argumenta que existem compromissos de metas de redução, e que o meio ambiente "não deve ser visto como um entrave ao desenvolvimento, mas como um fator fundamental ao crescimento sustentável do Brasil". O ministro defendeu a regularização fundiária de até quatro módulos fiscais na região, previstas na MP458. Para ele a medida precisa ser feita de modo a beneficiar as pessoas físicas moradoras da região e, de preferência, que não tenham outras propriedades, de modo a evitar a grilagem de terras e o favorecimento de grandes latifundiários. "A regularização fundiária é essencial para que possamos reduzir o desmatamento e a violência no campo, mas deve ser feito com critérios rigorosos, principalmente agora em que o mundo inteiro está aplicando leis de conservação. O Brasil não pode estar na contramão desse processo", afirmou o ministro.

Minc falou aos parlamentares sobre as principais ações de sua gestão à frente da pasta, dentre elas a redução do desmatamento em 45% nos últimos 11 meses em rela ao mesmo período dos anos anteriores; a intensificação da fiscalização e a criação da Comissão Interministerial de Crimes Ambientais (Cima); o pacto com os setores produtivos; a apreensão da madeira e do boi pirata e o leilão desses produtos, cuja verba é destinada a iniciativas de conservação; a criação do Fundo Amazônia e a operação Arco Verde, entre outras iniciativas.

De acordo com o presidente da comissão, senador Renato Casagrande (PSB-ES), os senadores precisam conhecer as ações do governo federal relativas ao desmatamento e à MP-452, que deve ser votada na próxima semana, para uma melhor orientação do trabalho legislativo.

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