O pau-brasil foi o primeiro monopólio estatal usado para pagamento dos juros do primeiro empréstimo externo tomado pelo Brasil. O pior é que a floresta ‘foi para o brejo’ com a ajuda dos próprios índios, que trocavam madeira por ‘bugigangas’ com traficantes espanhóis, ingleses, franceses e portugueses.
Desde cedo, nosso país esteve nas mãos de traficantes que não respeitaram mais nada, e quando perceberam que o pau-brasil estava sendo exterminado, compilaram listas de espécies potencialmente exportáveis, plantas medicinais, aves e minérios.
Logo após o estrago ambiental ocasionado pela exaustão do pau-brasil vieram na esteira dos interesses a exploração de outras espécies de madeiras exportáveis, o plantio e exploração da cana-de-açúcar, a exploração indiscriminada e predadora de recursos minerais, a cafeicultura, a construção de ferrovias, enfim, um longo e lucrativo reinado em terras brasileiras.
O Brasil foi colocado no mapa do comércio planetário, porém, junto com os dividendos que logo emigravam - e até hoje continuam a emigrar - para o exterior, seguiu-se à devastação das florestas, a escravização indígena em larga escala, os desatinos do monopólio e a monocultura, a infâmia inominável do tráfico negreiro, a vertigem do lucro fácil, o latifúndio, a pirâmide social exclusivista e a ganância desenfreada – vícios que o Brasil, em vez de eliminar, incorporou.
A ignorância pairava quanto aos dispositivos e recursos legais de proteção ao meio ambiente. A falta de critério constituiu-se em lei e ainda hoje pouca atenção se dá ao aspecto humano, ou a importância de se manter o meio ambiente saudável. Para valorizar o globo terrestre é preciso primeiro valorizar o homem. Falta consciência naqueles que têm o poder nas mãos, mas não atuam adequadamente.
Neste contexto, é preocupante o futuro da Amazônia e em particular do Estado do Pará, para muitos um pulmão que vai se deteriorando, pois o que ocorria antigamente na Mata Atlântica se repete de forma deslavada na Amazônia, em concomitância com apadrinhamentos políticos. Não é mera coincidência que, ainda hoje, soframos conseqüências de males que vêm de longe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário