segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mudanças climáticas já causam 300 mil mortes por ano

Por Henrique Andrade Camargo, do Mercado Ético

Kofi Annan, presidente do Fórum Humanitário Global, (GHF, da sigla em inglês), apresentou nesta sexta-feira (29/5), em Londres, o primeiro estudo já realizado totalmente focado no impacto atual do aquecimento da Terra na humanidade. O documento revela que o efeito estufa é responsável por 300 mil mortes todos os anos e atinge 300 milhões de pessoas ao custo anual de 125 bilhões de dólares. Para 2030, a estimativa é de que 500 mil mortes estejam relacionadas ao aquecimento global e 600 milhões de pessoas sofram com ondas de calor, enchentes, tempestades e incêndios florestais. O custo do estrago ficaria em 300 bilhões de dólares.

“A mudança climática é uma crise silenciosa. Ainda assim, é o maior desafio da humanidade de nossos tempos”, diz Annan. “Hoje, o efeito estufa é responsável pelo sofrimento de centenas de milhões de pessoas que nem sabem que são vítimas do aquecimento global”, completa ele clamando por um acordo internacional para conter o aquecimento global e o sofrimento das pessoas atingidas por ele.

Ao todo, o estudo aponta 12 países em menor risco, sendo que apenas um deles não é industrializado. Juntos, disponibilizam 72 bilhões de dólares para enfrentar os efeitos do aquecimento da Terra. Mas Annan aponta que esses mesmos países disponibilizaram apenas 400 milhões para as nações mais pobres, que menos influenciaram a mudança do clima. As regiões mais atingidas, de acordo com o estudo, são: África, Bangladesh, Egito, regiões costeiras e florestais.

“A mudança climática vem sendo negligenciada por áreas de pesquisa, cujos estudos levam em consideração apenas os efeitos a longo termo. O ponto desse estudo é focar nos desafios enfrentados hoje pela humanidade”, afirma ele. “A apenas seis meses do encontro de cúpula de Copenhagen, o mundo se encontra em uma encruzilhada. Colocado de forma simples, o estudo é um chamado para que os governantes venham com um ambicioso acordo internacional nunca antes feito ou continuem a aceitar a fome, a doença e a migração em massa”, conclui.

(Envolverde/Mercado Ético)

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