quarta-feira, 10 de junho de 2009

Rumo a uma nova economia verde e amarela

Por Redação do Akatu

“O mundo já não discute se haverá uma economia verde e sustentável, mas como ela ocorrerá e qual será o papel do Estado e a responsabilidade das empresas na sua construção”. Essa é a visão do presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Ricardo Young. Para ele, um novo modelo econômico, que faz parte da nova economia global, começa a ser construído.

Essa discussão permeou o debate prévio à Conferência Internacional Ethos 2009, que abordou o tema “A crise como oportunidade e a responsabilidade das empresas”. Participaram do evento Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social, e os economistas Ladislau Dowbor e Ignacy Sachs.

A Conferência Internacional Ethos 2009 será realizada em São Paulo, entre os dias 15 e 18 de junho. No dia 17, o Instituto Akatu vai realizar a oficina “A transformação do consumidor para uma nova economia global”, que traz o olhar a partir do consumidor sobre o tema principal da Conferência - “Rumo a uma Nova Economia Global: a transformação das pessoas, das empresas e da sociedade”.

Na oficina, o Akatu apresentará resultados de suas pesquisas sobre o perfil do consumidor e uma análise de suas principais tendências de comportamento. Com base na apresentação, convidará os participantes a discutir sobre as oportunidades e ameaças para os negócios das empresas e para as práticas empresariais de informação, comunicação e educação de consumidores e de funcionários.

Um sistema falido

No debate prévio, o economista Ladislau Dowbor afirmou que é necessário adotar novos paradigmas econômicos: “o sistema deixou de funcionar e está em crise. Mas, sobretudo, esse é um sistema inviável mesmo quando funciona”. Ignacy Sachs acredita que não se trata de uma crise, mas de várias: econômica, social, ambiental e desdobramentos delas. Ele sugere que sejam tomadas as seguintes estratégias rumo a uma nova economia: “continuar expandindo a rede de serviços sociais (educação, saúde, saneamento), ampliar a economia solidária, pensar a sociedade em forma de projeto social e criar uma agenda verde e amarela, colocando o ambiental e o social em um mesmo patamar”.

Sachs acredita que o Brasil tem tudo para instituir essa “economia verde e amarela” aproveitando seu “biopotencial”, que, segundo ele, está sendo subutilizado. Ele costuma defender a idéia de que o Brasil é o país com mais condições de liderar o que chama de “biocivilização” do futuro, em que a biomassa - ou seja, os vegetais - serão a origem do alimento, da energia e da matéria-prima para uma infinidade de produtos, desde material de construção a roupas e remédios.

Partindo do trinômio “biodiversidade, biomassa, biotecnologia”, avaliado como o grande potencial do Brasil, Sachs afirma: “se queremos realmente reconstruir a capacidade de pensar no longo prazo, temos que pensar num Projeto Brasil 2022″. Nesse sentido, sugere a questão: qual o biopontencial do Brasil que poderia ser incentivado nos próximos 10 a 15 anos?

O ministro Patrus Ananias concorda com essa proposta e afirma que a decisão sobre o papel do Estado precisa estar centrada em uma reflexão profunda, pois o que queremos irá expressar os valores que buscamos para a nossa vida. “Pode parecer utopia, e é. Mas, mais importante do que políticas públicas, o Estado precisa ser indutor de valores compartilhados pela sociedade. São esses valores, mais do que o PIB [Produto Interno Bruto], as exportações e o superávit primário, que devem ser induzidos pelos órgãos estatais em todos os níveis”, afirmou.

Ricardo Young concorda que é preciso caminhar na busca da mudança de conceitos de riqueza e liderança. Na visão do presidente do Ethos, os líderes de empresas precisam internalizar outros valores e focar os negócios nessa nova onda, fazendo um lobby positivo junto ao governo para que ocorram mudanças significativas.

Veja mais informações no site da Conferência Internacional Ethos 2009 - http://www.ethos.org.br/Ci2009Dinamico/site/index.asp

(Envolverde/Instituto Akatu)

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