Implementação de mosaicos e corredores ecológicos fortalece ações integradas
A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Maria Cecília Wey de Brito, defendeu ontem (8) a criação e implementação de mosaicos e corredores ecológicos para o fortalecimento das ações integradas entre estados, municípios e governo federal. Para ela, o diálogo é fundamental na gestão das áreas protegidas, independentemente de serem unidades de conservação, sítios Ramsar ou reservas da biosfera.
Ela falou aos técnicos do MMA, das secretarias estaduais de meio ambiente e das organizações não governamentais que participam do I Seminário sobre Gestão Territorial para Conservação da Biodiversidade, em Brasília, que "para benefício de toda a sociedade é importante que as instituições envolvidas se relacionem", ressaltando que a constituição de mosaicos é um campo amplo para a integração das áreas protegidas.
Outra recomendação da secretária aos gestores de áreas protegidas é que façam chegar à sociedade civil as informações necessárias a uma mudança de visão sobre o papel da proteção ao meio ambiente. Todas as unidades, em todas as esferas de governo e organizações não governamentais precisam informar à sociedade os benefícios ou consequências que podem resultar da política de conservação. Para ela, as pessoas que vivem nos territórios das áreas protegidas precisam saber que o produto do seu trabalho pode ter maior valor agregado, "pode ser melhor e diferente", exatamente por terem a origem nessas áreas. Lembrou, ainda, a importância de levar ao entendimento das pessoas até onde o bem-estar humano se encontra ameaçado quando a qualidade ambiental se deteriora.
A experiência dos gestores que atuam nas UCs, para Cecília, é o mais importante trabalho a ser feito. Ela avalia que a atuação nas unidades não tem chegado às populações envolvidas de forma a destacar o papel das áreas de preservação. Os conceitos sobre os quais trabalha o MMA não têm sido traduzidos de forma correta para as populações envolvidas, dificultando até mesmo o próprio trabalho de gestão das áreas protegidas.
A política de áreas protegidas do País foi defendida, também, pelo representante da WWF-Brasil, Cláudio Moretti. Segundo ele, "é no Brasil que temos a mais avançada política de criação e implementação de áreas protegidas no mundo". Para o representante da WWF-Brasil, o modelo brasileiro não tem paralelo no mundo e precisa ser tratado de forma integrada, inclusive com as reservas indígenas e quilombolas. Já Cláudio Lino, da Rede de Reservas da Biosfera, defendeu "um pensamento integrado entre conservação e desenvolvimento sustentável".
Participou também da abertura do seminário o diretor do Fundo Nacional do Meio Ambiente, Fabrício Barreto. Segundo ele, o FNMA está sendo totalmente reformulado para se tornar um órgão voltado para "o bom andamento do fomento". Até agora já foram investidos R$ 3 milhões na criação e implementação de oito mosaicos, sendo que seis estão em andamento e dois já foram implantados.
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