quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Lula usa Fórum Social Mundial como palanque
A Amazônia nunca recebeu a visita de tantos ministros e se recente que isto não ocorra no seu dia-a-dia.
Brasília (28 de janeiro) - O Fórum Social Mundial (FSM) está servindo de palanque para o governo do Brasil e de vários países latinos que têm sido hostis aos interesses da Nação. Nesta quinta-feira, o presidente Lula participa da nona edição do evento acompanhado de 12 ministros de Estado e dos presidentes da Bolívia, da Venezuela, do Equador e do Paraguai. Realizado em Belém (PA), o governo federal destinou R$ 77,5 milhões para que o município pudesse viabilizar o evento.
CRIMINALIDADE
"Gostaria muito de ver o presidente Lula e esta comitiva de ministros no dia-a-dia dos problemas da Amazônia e da cidade de Belém e não apenas para aparecer para a mídia internacional", disse o deputado Nilson Pinto (PA), titular da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal.
Em 2006, quando o Fórum foi realizado em Caracas, Venezuela, o presidente Hugo Chávez propôs que o evento adotasse o slogan "socialismo ou morte". Logo depois ele mudaria a constituição para reeleger-se eternamente. Também estará na mesma mesa do presidente Lula o presidente equatoriano Rafael Correa, que deu um calote no Brasil ao não pagar obras de infraestrutura realizadas pela construtora Odebrecht; o boliviano Evo Morales - que também alterou a constituição, e invadiu a representação da Petrobras no país; e o paraguaio Fernando Lugo, que questiona a dívida do país junto ao Brasil pela construção da hidrelétrica de Itaipu.
Oficialmente o FSM iniciou na terça-feira (27/01), quando os cerca de 100 mil participantes, entre eles dois mil indígenas, realizaram uma caminhada pela paz pelas principais ruas de Belém, que registrou um aumento de 21% no índice de criminalidade em 2008. Os manifestantes também formaram inscrições com mensagens em favor da preservação da Amazônia. O encerramento está marcado para domingo, dia primeiro de fevereiro.
O significativo aumento da criminalidade em Belém, como de um modo geral no estado do Pará, administrado pelo PT, fez com que os organizadores do Fórum divulgassem um manual com dicas de segurança para os participantes. Com seis páginas, algumas das recomendações são: em restaurantes, não pendure bolsas ou máquinas fotográficas nas cadeiras; quando utilizar cartão de crédito confira o valor no comprovante; não fique com o celular na mão; ande só na calçada; evite sair à noite e fique de olho na sua bagagem.
CRISE SOCIAL
De acordo com o deputado Nilson Pinto, "nos últimos dois anos, com o governo do PT no estado, os problemas sociais do Pará cresceram muito, principalmente em relação a saúde e a segurança, em proporções tais que o estado virou notícia negativa na imprensa internacional". O deputado se refere a prisão de uma menina de 15 anos, durante mais de 20 dias, em uma cadeia masculina, em 2007, no interior, e das mortes de bebês em um hospital público em 2008, por falta de higiene e de equipamentos.
Mais de 100 mil pessoas, 5,6 mil organizações de 150 países de todos os continentes participam das 2,4 mil atividades agendadas para o Fórum. Cerca de 900 veículos de comunicação, com 2,8 mil jornalistas credenciados, estão cobrindo as atividades do Fórum. Também participam das atividades dois mil indígenas latinoamericanos inscritos no evento paralelo Fórum Pan-amazônico, em sua quinta edição, que tem como tema "500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afroindígena e popular".
SEM-TERRA TEM CARRO
A imprensa do Pará denunciou e o senador Flexa Ribeiro (PA) também. O líder do Movimento Nacional dos Sem-Terra, João Pedro Stédile passeou em carro oficial em Parauapebas, interior do Pará. Estaria participando de um dos eventos pré-Fórum Social, realizado em Carajás.
Processado em diversos estados do Brasil por incentivar invasões e depredar propriedade privada e pública, Stédile foi flagrado pelo jornal Diário do Pará em uma caminhonete Toyota, placa JVI 8046, do Instituto Chico Mendes, órgão subordinado ao Ministério do Meio Ambiente.
"É uma verdadeira inversão de valores", sentenciou o senador Flexa Ribeiro, da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. "Os sem-terra são os maiores vilões da Amazônia, são eles os principais responsáveis pelo desmatamento em áreas destinadas à reforma agrária".
O senador, no entanto, faz a ressalva: "claro que alguns movimentos sociais são importantes, mas quando são politizados, como frequentemente ocorre, a intenção de beneficiar pessoas e famílias de baixa renda é completamente desvirtualizada em favor de um grupo político".
Para Flexa Ribeiro, "se o governo federal, através do Instituto Chico Mendes, fez questão de dar esse tratamento de chefe de Estado ao líder do MST, é bem óbvio que isso será retribuído no FSM como forma de palanque. Além disto, recebi a informação de que poderá ocorrer invasão de empresas e projetos em andamento no Pará, sobretudo na área da mineração, em pelo menos oito diferentes pontos do Pará, e o governo do estado sabe e faz vista grossa".
O deputado Nilson Pinto, citando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que "precisamos recuperar os verdadeiros valores. Um vilão como Stédile não pode ser tratado como se fosse uma autoridade, um ambientalista respeitável. Não temos nada a festejar com a realização do Fórum em Belém".
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