sábado, 11 de abril de 2009

Estudo avalia impacto de carros elétricos na rede energética

Os carros elétricos – aqueles que basta ligar na tomada para rodar usando apenas eletricidade e não gasolina – são apontados como o futuro do transporte na era do aquecimento global. Ao usar energia elétrica, eles emitiriam menos gases causadores do efeito estufa do que os motores movidos a combustíveis fósseis, como gasolina e gás natural. Mas eles também têm seu impacto. O que acontece com a rede elétrica de um país quando você liga vários carros na tomada?

Um estudo realizado pela empresa de consultoria e auditoria PriceWaterHouseCoopers (PwC) avaliou pela primeira vez o impacto desses novos carros no sistema de energia de um país. O primeiro avaliado foi a Áustria. De acordo com o estudo, se os carros elétricos representarem 20% da frota austríaca daqui a 20 anos, haverá um aumento de 3% no consumo de energia elétrica. Não seria necessário construir nenhuma hidrelétrica ou termelétrica a mais para dar conta da demanda extra e ainda haveria uma redução de 16% nas emissões relacionadas ao setor de transporte.

Estimativas feitas para o Brasil pelo gerente de sustentabilidade empresarial da PwC no país, Ernesto Cavasin, sugerem que, se todos carros novos vendidos no Brasil fossem elétricos, haveria aumento na demanda de 7 terawatts-hora. Isso representa 1,5% da atual oferta de eletricidade no país, que baseia cerca de 80% de sua matriz energética em usinas hidrelétricas, menos poluentes. Mas será que o Brasil, que enfrentou um “apagão” menos de uma década atrás, tem condições de dispor de 1,5% de sua eletricidade?

“Se o Brasil conseguir concretizar os projetos para geração elétrica que está propondo, será pouco afetado por esse consumo extra”, diz Cavasin. “O importante é o país se programar para que essa energia extra seja proveniente de fontes renováveis“. Se o Brasil quisesse explorar seu potencial eólico para abastecer sua nova frota, teria que aumentar seu investimento em cataventos. O crescimento na demanda de energia por causa dos carros representa 10 vezes a atual capacidade de geração eólica do país, ainda segundo cálculos da PwC.

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