sexta-feira, 24 de abril de 2009

Novo modelo para o Pronaf prevê agricultura familiar pluralista e sustentável

A construção de uma política de desenvolvimento agrícola socialmente includente, economicamente viável e ambientalmente sustentável foi o principal ponto do debate ocorrido na reunião do Fórum Permanente das Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), ontem (23) em Brasília.

Representantes do Governo Federal, de 150 instituições de assistência técnica e extensão rural e dos movimentos dos agricultores familiares discutiram a implementação desta nova abordagem na agricultura conhecida como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Sistêmico).

O novo modelo defendido no Fórum se diferencia do atual por pensar a agricultura familiar de forma pluralista e diversificada, fortalecendo o componente de manejo ambiental da propriedade. É a primeira vez que se propõe um programa de produção agrícola integrado. Inicialmente concebida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a proposta de agricultura familiar integrada é defendida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) que já vinha adotando-a em seus programas e projetos como o PDA (Projetos Demonstrativos), Projeto Nacional de Gestão Ambiental Rural (Gestar) e Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural (Proambiente).

Segundo Roberto Vizentin, diretor de Zoneamento Territorial do MMA, presente na discussão do Fórum da Ater, "o Pronaf Sistêmico é uma estratégia de reconciliação da agricultura com o meio ambiente". Ele explicou que neste cenário, o papel do MMA será principalmente o de socializar as experiências que já vem desenvolvendo. O novo modelo, que prioriza uma visão ampla e integrada da produção agrícola com o meio ambiente, já vem sendo colocado em prática no Paraná e deve atingir as cerca de oito milhões de famílias de produtores familiares em todo o País.

Vizentin explicou que as experiências realizadas em alguns estados do Brasil representam uma transição agroecológica que vai desembocar na concretização de uma política pública para setor. "O Pronaf sistêmico cria uma oportunidade extraordinária de se pensar na construção de uma política agrícola em harmonia com a política ambiental, contribuindo com a concepção de uma agenda comum em torno da política nacional de assistência técnica e extensão rural", disse.

O diretor do MMA explicou que o novo modelo é revolucionário e de vanguarda pois vai reorientar a maneira como hoje é oferecido o financiamento bancário e vai exigir uma nova abordagem para a pesquisa e a extensão rural. "Será exigida dos profissionais de extensão rural uma formação eclética, que inclua consciência crítica e forte visão ecossistêmica da qual depende a atividade agrícola. Para tanto, será de fundamental importância o papel que os órgãos de extensão rural terão na implementação de novo modelo de desenvolvimento agrícola", lembrou Vizentin.

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