segunda-feira, 11 de maio de 2009

Universidade da Paraíba sedia Congresso Nacional de Educação Ambiental

Paralelamente será realizado o III Encontro Nordestino de Biogeografia com as presenças de profissionais do Brasil e do exterior


“Educação para a sociedade sustentável e saúde global”. Este é o tema da conferência que o biogeógrafo e professor Helmutt Troppmair, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do campus Rio Claro, fará na abertura do I Congresso Nacional de Educação Ambiental (CNEA) e do III Encontro Nordestino de Biogeografia (ENBio), que acontecem entre de 10 a 13 de junho, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), campus de João Pessoa.

Troppmair, considerado hoje a maior autoridade em Biogeografia do País, com mais de 50 anos de pesquisa, ensino, orientação e centenas de publicações, também ministrará oficinas durante o congresso. Já o professor José Mateo Rodrigues fará a conferência de encerramento e ministrará a oficina de ensino sobre “Desastres Ambientais”.

Com o objetivo de criar uma consciência voltada à preservação do meio ambiente, através de medidas eficazes pautadas no exercício da cidadania e maior fiscalização sobre os empreendimentos do setor privado, assim como programas e ações desenvolvidos e executados pelos poderes constituídos, os eventos vão reunir geógrafos, biogeógrafos, biólogos, engenheiros, arquitetos, pedagogos, paisagistas e representantes de áreas afins.

O coordenador geral do I CNEA & III ENBio, professor Giovanni Seabra, informou que a programação inclui 18 eixos temáticos, três conferências,15 mesas-redondas, 20 oficinas de ensino e 16 grupos de trabalho, com a participação de 60 palestrantes e 1.500 pessoas oriundas de todas as regiões do Brasil e do exterior;

Nesta entrevista concedida pela Internet à Agência de Notícias da UFPB, Giovanni Seabra destaca como um dos momentos mais elevados do Congresso e do Encontro o lançamento do livro “Educação Ambiental e Saúde Global”, entre outros títulos pela Editora UFPB.

Mestre e doutor em Geografia Física, pós doutor em Geologia Sedimentar e Ambiental e professor Associado da Universidade Federal da Paraíba, Giovanni, é da opinião de que muito pouco ou quase nada foi feito para que o país tenha uma sociedade ambientalmente correta e com melhor qualidade de vida.

A ENTREVISTA

AgN/UFPB: Qual o principal objetivo do I Congresso Nacional de Educação Ambiental? O que constará na programação?

Giovanni Seabra: A Educação Ambiental faz parte da vida cotidiana da sociedade brasileira e foi introduzida através de textos didáticos e prática educativa nas escolas há pelo menos trinta anos. Crianças, jovens e adultos nasceram e cresceram com a temática da educação ambiental presente em todos os setores da sociedade. Contudo, avançamos muito pouco quanto à eficácia das atitudes voltadas à preservação do patrimônio natural, conservação da biodiversidade e melhor qualidade de vida das populações humanas. Por isso, é o objetivo do Congresso Nacional de Educação Ambienta, criar uma consciência voltada à preservação do meio ambiente através de medidas eficazes pautadas no exercício da cidadania e maior fiscalização sobre os empreendimentos do setor privado, assim como programas e ações desenvolvidos e executados pelos poderes constituídos.

No mês de abril de 1999 foi sancionada a Lei Federal nº 9.795, criando a Política Nacional de Educação Ambiental, dispondo sobre o inciso VI do artigo 225 da Constituição Federal, onde incumbe o Poder Público a promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. Após 10 anos, desde a aprovação dessa lei, muito pouco ou quase nada foi feito para que tenhamos uma sociedade ambientalmente correta e melhor qualidade de vida. Na cidade ou no campo as condições de vida se agravam a cada ano. Só para citar alguns exemplos, as cidades foram invadidas pelos automóveis, que tomaram os lugares das pessoas, superlotando ruas e avenidas e ocupando as calçadas, praças e logradouros. Produtos descartáveis e uma infinidade de poluentes comprometem a vida nas cidades e no meio rural. Isto e muito mais, junto às propostas de soluções para os problemas ambientais, será apresentado e debatido durante o Evento.

A Programação do I Congresso Nacional de Educação Ambiental e do III Encontro Nordestino de Biogeografia é extensa e extraordinariamente rica devido a congruência dos temas que enfocam as questões ambientais atuais, especialmente no que se refere à preservação da biodiversidade, da humanidade e do meio ambiente em sua totalidade. São 18 eixos temáticos como fonte para geração de três conferências, 15 mesas-redondas, 20 oficinas de ensino e 16 Grupos de Trabalho. Tamanha estrutura exige uma logística eficiente para operacionalização de transportes, hospedagens, receptivos e traslados de 60 palestrantes e 1.500 participantes inscritos vindos de todas as regiões do país e do exterior.

Um dos pontos altos do evento será o lançamento do livro “Educação Ambiental e Saúde Global”, com a coletânea dos artigos relacionados às palestras e conferências, e também do livro em CD contendo cerca de 500 artigos pautados nos trabalhos apresentados pelos congressistas nos grupos de trabalhos e painéis. Além das duas publicações com selo da Editora UFPB haverá lançamentos de mais de 20 publicações recentes, abordando as temáticas Biogeografia e Educação Ambiental.


AgN/UFPB: Qual o principal objetivo do III Encontro Nordestino de Biogeografia? Qual a programação?

Giovanni Seabra: No ano de 2000 a Universidade Federal da Paraíba realizou sob nossa coordenação o I Encontro Nordestino de Biogeografia, com a participação de um público aproximado de 350 pessoas. O evento superou as expectativas dos organizadores em razão do grande público participante, pertencente às mais diversas áreas do conhecimento científico. Posteriormente foi realizado o II Encontro Nordestino em Maceió, Alagoas; e agora retornamos a João Pessoa, com grande expectativa de qualidade e quantidade de participantes. Como as temáticas de ambos os eventos são semelhantes e buscam atingir os mesmo objetivos, a programação é simultânea visando atender, a um só tempo, o maior número de congressistas possível no que se refere às conferências, às mesas redondas, aos grupos de trabalhos, à apresentação de painéis e às oficinas de ensino.

AgN/UFPB: Qual o tema principal do evento e quem fará a conferência de abertura?

Giovanni Seabra: O tema geral do I CNEA & III ENBio é “Educação para a sociedade sustentável e saúde global”, sendo convidado de honra e conferencista de abertura o biogeógrafo professor doutor Helmutt Troppmair, da Universidade Estadual de São Paulo – campus Rio Claro. Troppmair, sem dúvida alguma, é a maior autoridade em Biogeografia do País, com mais de 50 anos de pesquisa, ensino, orientação e centenas de publicações. A deferência que fazemos ao doutor Troppmair requer enfatizarmos também a importância acadêmica e profissional dos 60 convidados cujos currículos registram suas experiências com biogeografia e educação ambiental nos quatro cantos do país e no mundo. Devemos, inclusive, registrar a honrosa presença do professor doutor José Mateo Rodrigues, que fará a Conferência de encerramento e prestigiará os participantes com a oficina de ensino sobre “Desastres Ambientais”.

AgN/UFPB: Quando começaram e quando terminarão as inscrições? Quanto custa a inscrição e o que o participante tem direito ao inscrever-se?

Giovanni Seabra: Devemos salientar que o evento é aberto a todos aqueles que se interessam pela preservação ambiental e com a sua própria sobrevivência e de seus descendentes. As inscrições estão abertas desde o mês de janeiro deste ano no site da empresa organizadora do evento, a GS Consultoria, que também é realizadora, juntamente com a Universidade Federal da Paraíba, através do Centro de Saúde – CCS, Centro de Educação – CE, Centro de Tecnologia – CT e Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA. O valor atual das inscrições para profissional é de 150 reais com descontos especiais para professores do ensino básico e estudantes de graduação e pós-graduação. Todas as informações para inscrição, inclusive a programação completa do evento, eixos temáticos e relação de palestrantes convidados são divulgadas através do site da GS Consultoria: www.gsplanejamento.com.

AgN/UFPB: Qual o procedimento para inscrição de trabalhos? Até agora quantos trabalhos foram inscritos?

Giovanni Seabra: Como os trabalhos podem ser enviados até o dia 15 de maio, e temos mais de 100 artigos inscritos e aprovados para publicação, a expectativa da Comissão Organizadora é que este número supere a marca de 500 artigos. É importante salientar a importância destas publicações, como base teórica e aplicada, para o desenvolvimento de projetos e elaboração de programas ambientais tanto na pesquisa acadêmica como em órgãos oficiais e setor privado. Os interessados podem obter informações em nosso endereço eletrônico: www.gsplanejamento.com. Telefones: (83) 3243-7264/8834-7180/9108-8895.

AgN/UFPB: O senhor poderia adiantar os nomes dos participantes importantes convidados para o Congresso e o III Encontro? Poderia destacar as áreas de atuação dos participantes?

Giovanni Seabra: Seria pecar, caso nos limitássemos a citar os nomes de alguns participantes, num elenco de celebridades do meio científico e profissional de 60 integrantes, e, entre eles um considerável número de autoridades científicas da própria UFPB. A famosa prata da casa do meio científico ambiental estará reunida junto aos seus pares nacionais e internacionais. Ainda dizem que santo de casa não faz milagre... Pelo sim pelo não no site do Evento constam 50 nomes de autoridades científicas e educacionais, acompanhados de seus currículos, resumidíssimos, por absoluta falta de espaço.

AgN/UFPB: Quais as suas considerações a respeito dos possíveis avanços no campo da educação ambiental?

Giovanni Seabra: Considerando que a Constituição Federal do Brasil registra no artigo 225 que ‘todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida’, impõe-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Passados mais de 20 anos da promulgação desta lei podemos afirmar que muito pouco ou quase nada foi feito. Sobretudo no que diz respeito à educação nas escolas, ao exercício da cidadania, melhoria das condições de vida na cidade e no campo e ao controle das indústrias que despejam no meio ambiente substâncias poluidoras sólidas, líquidas e gasosas.

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