O mercado do boi gordo no Pará está travado, com poucas empresas negociando gado. O motivo, segundo Alex Santos Lopes da Silva, analista da Scot Consultoria, é que o Ministério Público Federal está movendo uma ação contra fazendas e frigoríficos do estado pelo avanço da pecuária na região amazônica, o que estimularia o desmatamento na floresta.
Cerca de 70 empresas que comercializam os derivados do abate (ou que os usam como matéria-prima), entre os setores de higiene e limpeza, calçados, couros, laticínios e supermercados, foram notificadas para que parem de fazê-lo. "De acordo com informações do Ministério Público Federal, os frigoríficos poderão continuar funcionando, desde que parem de comprar o gado das fazendas ilegais", diz Silva.
As empresas que comercializam os derivados bovinos dos frigoríficos também vão ter que se enquadrar às novas regras. A questão é que dificilmente elas conseguem rastrear a origem desses subprodutos desde o campo. "Na prática, portanto, se não quiserem arriscar, poderão simplesmente interromper os negócios com os frigoríficos do Pará", afirma o analista.
Por conta dessa questão, os frigoríficos do estado praticamente estão fora das compras. "Assim, produtores que trabalham dentro da lei também são penalizados", diz Silva. Na região de Paragominas, por exemplo, o preço referência para o boi gordo caiu um real a arroba, passando a R$ 71 a prazo, livre de funrural.
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Fonte: Revista Globo Rural
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