quarta-feira, 24 de junho de 2009

Campanha alerta para redução do uso de sacolas plásticas

Brasil consome por ano 12 bilhões do produto e cada brasileiro utiliza cerca de 66 sacos por mês

"Saco é um saco. Para nós, para a cidade, para o planeta e para o futuro". Esse é o slogan da campanha nacional do Ministério do Meio Ambiente lançada, ontem (23), pelo ministro Carlos Minc, em São Paulo, com apoio da rede de supermercados Wal-Mart. A iniciativa pretende conscientizar o cidadão a recusar as sacolas plásticas, sempre que possível, adotando alternativas para o transporte das compras e o acondicionamento de lixo.

"Hoje é um dia feliz e que todos se liguem nesse bom exemplo. Vamos reduzir o consumo de sacolas, reutilizá-las e recusá-las sempre que possível e fazer com que, brevemente, seja como as latinhas de alumínio, permitindo que a indústria do plástico possa fechar o circuito, seja com geração de energia, de outro plástico ou de compactos para construção", enfatizou Minc durante o lançamento.

O presidente do Wal-Mart, Héctor Núñez, disse que a parceria com o Ministério compartilha a crença em objetivos comuns de consumo consciente e uso racional dos recursos. "Com essa campanha, ajudamos a diminuir o problema e a alcançar a nossa meta de reduzir em 50% o uso de sacolas plásticas em nossas lojas no Brasil".

Para sensibilizar a sociedade, dois vídeos de 30 segundos foram produzidos para a campanha e apresentados durante o lançamento. Em um deles, com o discurso descontraído e bem-humorado, o garoto-propaganda da campanha, o fundador do grupo AfroReggae, José Júnior, estimula cidadão a recusar, reduzir e reutilizar os sacos plásticos. Peças impressas, como anúncio de mídia, folder, cartaz e adesivo, também foram produzidos para divulgação. Além disso, está no ar o blog da campanha (www.mma.gov.br/sacolasplasticas) para postar informações e dicas de consumo consciente, bem como alternativas ao uso de sacolas plásticas nas atividades do dia-a-dia.

Agora, segundo o ministro, o objetivo é buscar a adesão de outros parceiros à campanha e ampliar a divulgação em estabelecimentos que utilizam sacolas plásticas para o transporte de produtos e apostar no poder de decisão do consumidor como ação transformadora de hábitos e atitudes.

Anualmente, o Brasil consome 12 bilhões de sacolas plásticas e cada brasileiro utiliza aproximadamente 66 sacos por mês. Esses dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e outros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostram que o estrago das "inocentes" sacolas plásticas já está chegando até locais distantes, considerados verdadeiros paraísos ecológicos e turísticos. Além disso, 500 bilhões estão por aí entupindo rios, lagos, bueiros, poluindo o mar, matando peixes, tartarugas e outros animais.

Minc destaca conquistas para a área ambiental em seu primeiro ano de gestão

Na oportunidade, o ministro também destacou as conquistas do seu primeiro ano à frente do Ministério, como o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, reconhecido internacionalmente pela ONU, as metas de redução de emissões de gás carbônico e o Fundo Amazônia. Ainda lembrou que a combinação das ações do Ministério em relação à fiscalização, corte de crédito para os desmatadores, monitoramento, os pactos com as cadeias produtivas e o esforço da Arco Verde para o convívio sustentável do agricultor com a floresta são os responsáveis pelo "avanço da regularização fundiária, do trabalho de zoneamento ecológico-econômico e da ampliação da legalidade ambiental", afirmou Minc.

Em relação à Operação Arco Verde, ele ainda falou sobre o lançamento, na última sexta-feira (19, que reuniu o presidente da República, nove ministros e representantes de 30 órgãos, e Alta Floresta (MT), com ações que visam a complementar a fiscalização e gerar alternativa à ilegalidade. "Nós fechamos uma serraria ilegal em uma hora, mas não criamos 50 empregos sustentáveis em uma hora. A Arco Verde é a resposta de como viver com dignidade sem destruir a Amazônia", afirmou o ministro.

Minc ainda aproveitou para anunciar que, nesta quarta-feira (24), irá divulgar os novos dados do Inpe em relação ao desmatamento da Amazônia, comparando os números de maio deste ano com o mesmo período do ano assado. "Este ano nós vamos ter o menor desmatamento dos últimos 20 anos, mas ainda é insuficiente. Queremos desmatamento zero", sinalizou.

Minc defende proteção ambiental na agricultura

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou ontem que o Brasil é talvez o único país no mundo capaz de expandir a produção de alimentos, de biocombustíveis e a proteção ambiental sem prejuízos a esses setores. Ele participou de reunião na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, que divulgou dados ambientais feitos pelo Inpe, IBGE, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura e Embrapa.

Na reunião, Minc afirmou que a área ocupada por reservas legais no território nacional é de 17,5%, e não 31%, como foi divulgado pelo técnico da Embrapa, Evaristo Miranda. Ele acrescentou que as unidades de conservação de proteção integral estaduais e federais abrangem hoje 3,4% do território nacional.

O diretor de Conservação da Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, que também participou dos debates, disse que a parte de Unidades de Conservação no Brasil não se refere totalmente às áreas de restrição de uso da terra, mas de sim de um bom uso sustentável. "Temos uma pequena parte de nosso território em situação de restrição absoluta", afirmou Dias.

Segundo o diretor do MMA, a expectativa é de que o Brasil possa dispor de monitoramento de outros biomas, além da Amazônia, nos próximos anos. Ele acrescentou que em 2008 o MMA acertou com o Ibama ações de monitoramento em outros biomas brasileiros.

O desmatamento no Brasil entre 2007 e 2008 alcançou a marca de aproximadamente 12 mil km2, cerca de 1200 km. Para realizar as estimativas, o Inpe se baseia nas informações de satélites e em um sistema auxiliar denominado Deter, que colhe imagens de áreas em diferentes níveis de desmatamento (corte raso, intensidade moderada e alta) e publica as informações para fins de fiscalização. Segundo o diretor do instituto, Gilberto Câmara, entre agosto e dezembro de 2007 houve uma tendência maior ao desmatamento, mas as medidas adotadas pelo Governo Federal para o combate desta prática favoreceram a diminuição de áreas desmatadas no mesmo período de 2008.

Coleta seletiva gera emprego e renda para cooperativa

O trabalho de coleta seletiva realizado no Ministério do Meio Ambiente rende todo mês cerca de 2,5 toneladas de materiais recicláveis, como papéis, papelão, plásticos e metais de embalagens, que são destinados à Cooperativa de Reciclagem, Trabalho e Produção (Coortrap), que separa e comercializa o material, além da confecção de peças de artesanato. Essa iniciativa faz parte de um programa de incentivo ao uso de alternativas mais eficientes que reduza a utilização de matéria-prima e contribua para a reciclagem de resíduos.

Os contêineres do Bloco B da Esplanada dos Ministérios não são exclusivos do MMA, diferentemente das informações publicadas em um jornal da capital, no dia 22 de junho, mas de uso conjunto com o Banco do Brasil e Ministério da Cultura. O MMA separa os resíduos passíveis de reaproveitamento e reciclagem e deposita outros resíduos nestes contêineres de uso comum.

No MMA há uma comissão encarregada de programar a coleta seletiva solidária. O gerente de projeto do Departamento de Ambiente Urbano e coordenador da comissão, Marcos Pellegrini Bandini, ressaltou o desempenho da comissão para sensibilizar os servidores para melhorar a correta destinação dos resíduos. Segundo Bandini, o ministério utiliza a política dos três "R": Reduzir, reutilizar e reciclar. Em cada sala do ministério existem duas caixas onde devem ser depositados os materiais para reciclagem e também materiais que podem ser reutilizados, além de cestos para coleta seletiva em todos os andares.

A implementação da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) ajudou o MMA a reduzir o consumo de água e energia. Com a instalação de novos sistemas de ar-condicionado foi possível reduzir em cerca de 50% o consumo de energia, além da instalação de um sistema de reaproveitamento de água das chuvas, que são usadas nas descargas e nas torneiras da garagem e do jardim. Até hoje, 81 instituições públicas já aderiram à A3Pe se comprometeram de revisar seus padrões de consumo.

Estudo revela perda da cobertura vegetal no Pantanal

Representantes de organizações não governamentais estiveram ontem com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para apresentar estudo que revela que o Pantanal já perdeu 40% da cobertura vegetal. Elaborado pelas ONGs WWF Brasil, SOS Mata Atlântica, Conservação Internacional, Anvina e Ecoa, o mapeamento mostra que o bioma tem sofrido forte pressão em função de atividades como pecuária, plantio de cana e exploração mineral.

A ampliação das pastagens é uma das principais causas do desmatamento na região. Em seis anos (2002 a 2008) já foram abertos 12 mil Km² de novos pastos na região, dez vezes a área do estado do Rio de Janeiro.

Minc destacou a importância do levantamento e disse que é necessário agir rapidamente para evitar que a situação no bioma Pantanal se agrave. O ministro afirmou ainda que o ministério já iniciou o monitoramento por satélite do desmatamento no bioma e vai articular com apoio da sociedade civil estratégias de ações para atuação na região.

Ele também considerou fundamental que seja realizado um planejamento integrado da bacia hidrográfica do Alto Paraguai cujas águas formam o Pantanal mato-grossense.

Desmatamento

O ministro Carlos Minc comenta hoje (24), às 14h30, avaliação do Inpe do mês de maio sobre o desmatamento na Amazônia. A reunião será na Sala Multimídia, 5º andar, Ministério do Meio Ambiente, Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Audiência - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa nesta quarta-feira (24), às 10h, de audiência pública na Comissão de Agricultura, pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, Plenário 6 do Anexo II.

Clima

A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Suzana Kahn, participa hoje (24) no auditório Antônio Carlos Magalhães, no Senado, da mesa-redonda "Rumo à COP-15", promovida pelo Observatório do Clima. Ela falará sobre REED: o estado das negociações e oportunidades para o Brasil. O mecanismo, que surgiu na última convenção, em Potsdan, prevê a redução das emissões de gases estufa, que contribuem para o aquecimento global, utilizando o pagamento para que a floresta amazônica seja mantida em pé (desmatamento evitado). O sistema poderá adotar tanto a utilização dos créditos de carbono quanto a instituição de fundos específicos para financiar a mudança dos modelos econômicos nas áreas sensíveis ao desmatamento. O evento busca antecipar as discussões sobre as posições que o Brasil defenderá em Copenhagen, na Dinamarca, na Convenção do Clima, em dezembro.

Nenhum comentário: