terça-feira, 9 de junho de 2009

Poluição é mais perigosa para a saúde do que se pensava

Uma nova avaliação dos estudos existentes sobre a relação entre partículas minúsculas de fuligem e mortes prematuras causadas por doenças cardiovasculares demonstra que as taxas de mortalidade das pessoas expostas a essas partículas são duas vezes maiores do que se acreditava anteriormente.

Dan Greenbaum, presidente do Health Effects Institute, instituição sem fins lucrativos que lançará a análise na próxima quarta-feira, afirma que as áreas cobertas pelo estudo incluem 116 cidades americanas, sendo que os níveis mais altos de partículas de fuligem foram encontrados em áreas que abrangem os subúrbios da região leste de Los Angeles e o Vale Central da Califórnia; Birmingham no estado do Alabama; Atlanta; Vale do Rio Ohio; e Pittsburgh.

A pesquisa revelou que, para as pessoas que vivem em áreas mais carregadas de fuligem, o risco de se adquirir uma condição de saúde precursora de ataques cardíacos letais sobe de 12% para 24%, conforme aumenta a concentração de partículas.

Uma grande variedade de fontes produz as partículas finas, entre as quais estão os motores a diesel, os pneus automobilísticos, as usinas termelétricas a carvão e as refinarias de óleos.

Ao comparar a exposição às partículas entre as áreas metropolitanas de Nova York e de Los Angeles, o estudo concluiu que os riscos são igualmente distribuídos nos arredores de Nova York, enquanto que em algumas áreas ao redor de Los Angeles, incluindo as próximas aos Portos de Los Angeles e Long Beach, há riscos elevados para a saúde.

A extensa análise epidemiológica, baseada em dados de mais de 350 mil pessoas reunidos ao longo de 18 anos, aos quais foram acrescentadas mais 150 mil pessoas nos últimos anos, foi conduzida por cientistas da Universidade de Ottawa para o Health Effects Institute.

O instituto foi criado pela Agência de Proteção Ambiental e pelas indústrias reguladas por ela, com o objetivo de realizar estudos não tendenciosos.

A relação entre partículas finas, cujo diâmetro é menor que um trinta avos de um cabelo humano, e doenças cardiopulmonares vem sido estabelecida há duas décadas, sendo que a APA (Agência de Proteção Ambiental) regula tais emissões desde 1997. Em 2006, apesar da evidência cada vez maior de que as partículas são mais letais do que se pensava, a agência se recusou a diminuir os limites de exposição crônica.

A Corte de Apelação Americana para o Distrito do Circuito de Columbia declarou inadequada a decisão e a administração Obama está considerando no momento qual nível é apropriado.

Traduções: Amy Traduções

The New York Times

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