sexta-feira, 10 de julho de 2009

COP-15 pode incluir mecanismos de Redd nas negociações

Países terão desafio de achar soluções de consenso
sobre o tema que movimentará encontro


Nos seis meses que restam para a realização da 15ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), ou simplesmente Convenção do Clima, que se realizará em Copenhague (Dinamarca), os países terão pela frente o desafio de encontrar soluções de consenso para um tema que vai movimentar o encontro: a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd).

Ministros de estado do meio ambiente de mais de 100 países, reunidos informalmente no início de julho, em Ilullist, na Groenlândia, concordam que o Redd deve ser incluído no novo acordo mas que existem dificuldades a serem superadas, principalmente no que diz respeito às medidas de controle e monitoramento dos investimentos necessários para viabilizar o Redd.

O Redd representa um mecanismo de incentivo positivo voltado para o financiamento das ações de redução do desmatamento e degradação florestal, que conseqüentemente resultam na diminuição da emissão carbono.

As florestas, e em particular as florestas tropicais, desempenham um papel fundamental no ciclo global de carbono, pois elas são tanto fonte quanto sumidouros de carbono atmosférico. Atualmente o desmatamento de florestas tropicais contribui com aproximadamente 20 a 25% das emissões anuais globais de CO2.

A proposta em discussão na Convenção sugere algumas atividades que seriam contempladas com os incentivos positivos, são elas, a estabilização da cobertura florestal e de seus estoques de carbono, a conservação, aumento e manutenção dos estoques de carbono florestais devido ao manejo florestal sustentável, a redução das taxas de desmatamento e das taxas de degradação florestal.

Na prática, toda esta iniciativa representa um estímulo para fomentar as atividades que mantêm as florestas em pé como o extrativismo, o manejo florestal sustentável, a conservação e a recuperação florestal. De acordo com o pesquisador italiano Andréa Cattaneo, do centro de pesquisas norte-americano Woods Hole, o mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação deve movimentar de US$ 20 bilhões a US$ 40 bilhões por ano. O Brasil, dono da maior floresta tropical do planeta, poderá receber cerca de 40% desse montante.

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