A área técnica do Ministério do Meio Ambiente acredita que ainda há perguntas que necessitam de respostas objetivas. É necessário saber, por exemplo, de onde virá o dinheiro caso a atual crise global privilegie a recuperação das atividades econômicas, mesmo com o risco iminente para a qualidade ambiental do mundo. Não existe ainda um modelo que defina como financiar o Redd. Além dos governos, as empresas e até os cidadãos serão incentivados a contribuir financeiramente com o meio ambiente.
Aposta-se na criação de fundos específicos, destinados ao financiamento não-reembolsável da manutenção da cobertura vegetal em biomas estratégicos como a Amazônia. O Brasil adiantou-se ao andamento das negociações com a criação do Fundo Amazônia, um fundo privado gerido pelo BNDES, cuja elaboração baseou-se na proposta brasileira apresentada na 12ª COP de 2006. O fundo é constituído de doações, contabilizadas a partir da constatação do desmatamento evitado em comparação com as taxas médias de 1996-2005.
O Fundo Amazônia já captou U$1 bilhão em doações do governo da Noruega, que serão doados em parcelas anuais de aproximadamente US$100 milhões. O dinheiro é doado caso os patamares do desmatamento na Amazônia sejam menores que a taxa média de 96-05, de 19,5 mil Km2 (níveis de 1990). O Brasil já dispõe de R$116 milhões em caixa no BNDES, gestor do fundo. A área ambiental do banco está analisando os projetos que já se candidataram ao fundo e o Ministério do Meio Ambiente vem fazendo gestão junto ao setor ambiental de estados e municípios para viabilizar tecnicamente as propostas.
Para se candidatar a receber recursos do fundo os projetos devem enquadrar-se em pelo menos uma das seguintes modalidades: gestão de florestas públicas e áreas protegidas, atividades produtivas sustentáveis, desenvolvimento científico e tecnológico aplicado ao uso sustentável da biodiversidade e ou desenvolvimento institucional e aperfeiçoamento de mecanismos de controle.
Os mecanismos de Redd, de acordo com seus defensores, vão representar um ganho para a biodiversidade em relação aos créditos de carbono, previstos no Protocolo de Kyoto. Estes permitem a recuperação de áreas degradadas com cobertura vegetal de qualquer espécie, enquanto o novo sistema se baseia em assegurar a permanência da floresta com suas características originais em pé. Tudo vai depender da pauta da Convenção de Copenhague para um período já apelidado de pós-Kyoto, com a primeira fase do protocolo expirando em 2012.
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