terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sem EUA, nada feito

Por Camila Pamplona

O presidente Lula deve decidir hoje a proposta de redução de emissões de gases-estufa que será levada para a reunião internacional sobre o assunto, na Dinamarca, em dezembro. A Folha teve acesso ao relatório que será apresentado ao presidente. Segundo ele, o Brasil pode cortar 35% de suas emissões até 2020. O cálculo foi feito a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia pela Rede Clima, um grupo ligado à pasta que reúne pesquisadores do país inteiro e, em parte, embasa a proposta do ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, de cortar até 40% das emissões. Há outra proposta na mesa: a redução de 80% no desmate na Amazônia até 2020, o que reduziria em cerca de 26% as emissões. Minc tem apostado num número mais alto, de 30% a 40%, que preveja reduções em vários setores da economia. Mas enfrenta resistências do Itamaraty e da Ciência e Tecnologia - pasta que discordou do cálculo feito pelo ministro e pediu a nova estimativa à Rede Clima. O encontro de dezembro tem como objetivo gerar acordos climáticos para dar continuidade ao Protocolo de Quioto, assinado em 1997 por 184 países. O secretário-executivo da Organização das Nações Unidas, Yvo de Boer, disse, no entanto, que dificilmente os países aceitarão algum acordo sem que os Estados Unidos assumam compromissos de redução. Em Barcelona, durante a última reunião preparatória para Copenhague, a delegação norte-americana não mencionou metas individuais dos Estados Unidos, apenas reforçou a necessidade de se chegar a um pacto global, conta a ÉPOCA. Vale lembrar que os Estados Unidos não assinaram Quioto.

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