[Nelson Tembra] A independência do Brasil foi declarada em 07 de setembro de 1822, por Dom Pedro I, príncipe-regente da Coroa portuguesa, porém, ainda é uma realidade distante para ser alcançada. O adjetivo ‘independente’ possui vários significados, dentre eles, o de não ser subordinado, o de não precisar trabalhar para viver, o de não ser passível de influência, o de ser livre de autoridade ou de domínio dos outros e o de ser soberano e não relacionado com nenhum partido.
Trazemos para reflexão o processo histórico que culminou na formação do atual território brasileiro. Para que se tenha uma compreensão ampla do significado da palavra ‘território’ e do que está implicado nesta compreensão, território não é apenas o conjunto de formas naturais, mas um conjunto de sistemas naturais e artificiais junto com as pessoas e as instituições que abriga.
Um fato determinante na configuração histórica do nosso território foi a implantação de uma colônia de exploração essencialmente mercantil, fundamentada no trabalho escravo e que concedia grande autonomia aos senhores de engenho, latifundiários que se relacionavam diretamente com a metrópole, contribuindo para que a desintegração nacional ocorresse desde o início do período colonial.
As terras eram distribuídas a quem as requeresse, desde que demonstrasse condições para explorá-las, caracterizando uma colonização semiprivada onde os ‘colonos’ possuíam o máximo de autonomia possível, e disso resultou o estabelecimento dos grandes empreendimentos agrários e mínero-mercantis no Brasil.
Através da doação de terras, a Coroa transferia o ônus da colonização a empreendedores particulares e, ao mesmo tempo, preservava seus direitos sobre o monopólio do comércio externo, a cobrança de impostos e as questões militares, além de obrigações compensatórias, que eram impostas nos contratos de concessão, desde àquela época, mas nem sempre ou quase nunca eram cumpridas.
Em função das atividades econômicas desse processo, apesar de ainda persistirem alguns vazios de ocupação territorial, o litoral brasileiro foi paulatinamente sendo povoado até a foz do rio Amazonas, quando, em 1616, os portugueses fundaram a cidade de Belém.
Persistindo o mesmo tipo de ocupação - agora pelo interior da região amazônica - até os dias atuais, mantêm-se os velhos cenários com novos atores e figurinos, adjetivados com a sofisticação de novos vícios e recursos tecnológicos.
Se levarmos em conta que em cada quilômetro quadrado da floresta amazônica ainda existem mais espécies vegetais e biodiversidade do que em toda a Europa, controlar o espaço amazônico é uma questão de vital importância. Mas é preciso primeiro valorizar o homem, ou a razão de se manter o meio ambiente ecologicamente correto.
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