quinta-feira, 2 de abril de 2009

Grupo interministerial começa a formular painel brasileiro de mudanças do clima

Os Ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia vão instalar, no próximo dia 17, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, batizado ontem pelo ministro Carlos Minc de IPCC-Brasil. Seguindo o modelo do painel mundial, a versão brasileira vai reunir centenas de cientistas e especialistas para produzir, até 2012, um relatório completo com estudos detalhados sobre a situação do país frente às mudanças climáticas globais.

Os estudos serão focados em três áreas: mudanças do clima, vulnerabilidade e mitigação. Grupos sediados em várias instituições de ensino e pesquisa será referendado pelo governo brasileiro e adotado para orientar decisões e políticas públicas. Uma das primeira aplicações do Painel será a revisão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. O trabalho dos cientistas brasileiros servirá, ainda, para subsidiar o IPCC mundial previsto para 2014.

Para se ter uma idéia da importância de um estudo como o IPCC, basta lembrar que até o final do século, de acordo com estimativas do painel, a temperatura da Terra deve subir entre 1,8ºC e 4ºC, ocasionando secas e fenômenos climáticos mais intensos, como tufões e furacões. Um terço de toda a biodiversidade corre o risco de desaparecer da face do planeta. Populações inteiras de algumas regiões estarão sobre constante ameaça, vulneráveis a doenças e destruição. Calcula-se que algo em torno de 1 bilhão de pessoas não terão acesso a água potável e até o surgimento de grupos de refugiados ambientais. Quando foi lançado, o relatório parecia catastrófico demais. Hoje, porém, vários dos pontos levantados vêm sendo confirmados por novos estudos. O painel é um dos documentos mais citados em programas e projetos, além de figurar como base de políticas ambientais em várias partes do mundo.

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