sábado, 25 de abril de 2009

Recuo na exportação de frutas frescas

As exportações brasileiras de frutas caíram no primeiro bimestre de 2009, pressionadas pela crise mundial e quebra de safra de algumas frutas devido ao clima. “Tais problemas climáticos ocasionaram, por exemplo, redução de 30% dos volumes de banana exportados no ano de 2008 quando comparados ao ano anterior, redução esta que se mantêm no comparativo do primeiro bimestre de 2009”, afirma Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf –Instituto Brasileiro de Frutas.

A produção de bananas sofreu com o excesso de chuvas registrado em algumas regiões produtoras. Já o melão, cujas vendas externas foram reduzidas em aproximadamente 15%, foi prejudicado principalmente pelo aumento dos custos de fertilizantes e de fretes marítimos.

“A falta de crédito e a ausência de políticas públicas de incentivo ao setor produtivo desestimulam os produtores a investir em novas áreas de produção. Alguns, inclusive, não decidiram se vão retomar o plantio nas áreas afetadas pelo clima no ano de 2008”, complementa Fernandes. Segundo estatísticas divulgadas pela Secex –Secretaria de Comercio Exterior, houve queda nas exportações de várias frutas, com relevante atenção para o melão e o mamão, que apresentaram números preocupantes. O mamão papaia iniciou os dois primeiros meses do ano com um déficit de 9,11% em volumes enviados ao exterior e quase 20% em valor.

Para Roberto Pacca, diretor presidente da Agra Produção e Exportação Ltda., as principais causas para este resultado são as dificuldades que o produtor encontra, em situações de crise. “Há uma barreira das exportadoras em financiar necessidade de capital de giro. Depois de um período de três anos sem rentabilidade devido à valorização do real, a crise ajudou a culminar o processo de dificuldades financeiras; redução da área plantada devido ao preço ruim no mercado interno e queda na demanda do mercado internacional”, afirma Pacca. Dentre as estatísticas divulgadas, a maçã é a única fruta que apresentou saldo positivo.

Contudo, Pierre Nicolas Péres, presidente da ABPM – Associação Brasileira de Produtores de Maçã, afirma que a tendência é de que resultado mude. “Trabalhamos com um cenário de queda das exportações, assim como do preço. Para tentar conter essa queda apostaremos em mercados como a Argélia, Oriente Médio e Ásia, cuja demanda é crescente e proporcionam uma saída para o setor. Devemos também privilegiar outros países da Europa, estabelecendo laços mais estreitos e prospectando novos clientes”, afirma Péres.

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